Encontrar um co-fundador para compor o time que vai executar uma ideia e criar uma empresa é tão difícil que pode parecer que você está procurando por uma agulha no palheiro. São diversas variáveis que precisam ser analisadas, desde química entre os fundadores até as habilidades específicas de cada um. A seguir descrevemos três passos que podem ajudar os empreendedores a encontrar e identificar os melhores co-fundadores para sua empresa:
1) Onde encontrá-los!
Early-adopters costumam adorar seu produto: se alguém se arriscou a pagar para usar seu produto em um estágio inicial, onde muitos erros podem ocorrer , quer dizer que de fato a pessoa se engajou com a missão de sua empresa. Esse tipo de individuo tem grande propensão a vestir e suar a camisa da empresa. Pessoas que trabalham na mesma indústria: alguém que já possui conhecimento no mercado em que pretendem atuar é um ativo inestimável para a empresa. Primeiro, ele se interessa pelo assunto no qual trabalha, e segundo pode abrir portas e indicar atalhos que façam a empresa crescer com maior velocidade.
2) Como analisar se alguém será um bom co-fundador
Teste de um mês: a ação fala mais alto que o currículo. Assim, sugira um teste de um mês antes de formalizar qualquer tipo de acordo, sendo que nenhum dos lados tem obrigação nenhuma no final desse período. Apenas vendo a pessoa colocar a mão na massa é que é possível analisar se de fato ele será um bom co-fundador. Está vestindo a camisa? Ele faz apenas o que pedem dele ou mostra pró-atividade? Trabalha apenas em suas atividades, ou faz o que é preciso ser feito para a empresa crescer? Ele cobra os demais membros da empresa ou faz apenas sua parte? Prefira profissionais que transbordem pró-atividade, eles são fundamentais em empresas iniciantes e com poucos colaboradores. Entrega resultados acima da média? Ouvi está frase em um filme e ela nunca saiu da minha cabeça: “Se você quer ser uma estrela, faça algo espetacular.” Assim, se o seu objetivo é criar uma empresa milionária e que de fato cause um impacto no mercado que atue, contrate pessoas que entreguem resultados acima da média e possam levar a empresa para as alturas. Tenha em mente as funções de cada um: toda startup precisa de um CTO, CMOe CEO. É claro que a escolha não precisa ser engessada por exemplo: ”preciso encontrar um co-fundador para a área de vendas”. Porém, leve sempre em consideração se o ”candidato” tem perfil para determinada função que irá exercer. Nese podcast, mais focado em Inside Sales, trouxemos a visão de um VC sobre o tema.
Conhecimentos complementares: Procurar alguém que tem o mesmo perfil e skills que você é uma grande furada. Apesar de as pessoas tenderem a se unir com gente parecida por questões de afinidade, são os conhecimentos complementares e visões de negócio diferentes o que fazem uma empresa crescer. Na hora de uma tomada de decisão estratégica, por exemplo, enquanto um semelhante vai ter a mesma opinião que você, alguém muito diferente irá te desafiar a analisar um outro lado que você nem imaginava que era possível.
3) Pense no longo prazo
Mesmos objetivos: qual o seu objetivo ao criar essa empresa? Ficar rico? Causar um impacto na sociedade? Dominar um mercado específico? Seja qual for ele, co-fundadores que partilham dos mesmos objetivos tem maior probabilidade de se manter alinhados no longo prazo, então procure levar isso em consideração (é mais importante do que você imagina). Teste do tempo: existe um teste que não pode ser feito em uma entrevista ou durante um mês: o testo de tempo. Será que ele vai aguentar os longos períodos de trabalho, madrugadas em claro, recebendo quase nada e sendo pouco reconhecido (e tudo isso por alguns anos)? Só o tempo vai responder essa questão, então para proteger a empresa contra possíveis desistências é importante criar um… Contrato de vesting: como forma de atrair e motivar funcionários chave para a empresa, é comum (pelo menos no mercado de startups) ceder opções de ações para os mesmos. Porém esse pacote de ações não é cedido de uma vez ao colaborador, mas ele recebe (ou veste) elas com o passar do tempo (por volta de 3 anos). Assim, caso essa pessoa resolva se desligar da empresa depois de um curto período de tempo ou antes de entregar resultados relevantes, a empresa recupera essas ações e pode utiliza-las para encontrar alguém que continue o trabalho ou mesmo redistribuir aos sócios remanescentes. Um ótimo post sobre o assunto foi escrito por Marcelo Toledo em seu blog.
Depois de formar esse time é importante manter ele motivado e alinhado para um resultado comum. Para ajudar nessa tarefa, escrevemos um post sobre como liderar uma equipe. Agora é só colocar os conceitos em prática e formar o seu dream team.
Quer entender mais sobre contrato de vesting?
Diego Cordovez
Co-fundador da Meetime
Diego Cordovez é Engenheiro Mecânico, sócio e diretor da Meetime. É responsável pelo maior mapeamento sobre este assunto no Brasil, a pesquisa Inside Sales Benchmark Brasil, e há 4 anos apresentador do podcast Casts for Closers, eleito em 2019 o melhor podcast de Vendas do Brasil, pela Vendas B2B Awards.