Sarah Rios
Analista de Conteúdo na MeetimeJornalista e especialista em marketing com mais de 5 anos de experiência em estratégias de conteúdo. Na Meetime atuo como redatora, dentro do Marketing, com foco na atração de leads.
Engajados, cidadãos do mundo, conscientes dos problemas sociais e econômicos, além de hiperconectados. Poderíamos fazer uma lista enorme para falar da geração Z no mercado de trabalho, mas por esses pontos já dá para ter uma ideia como esse grupo veio para trazer profundas mudanças para a nossa sociedade.
O mercado de trabalho já tem procurado se adaptar às demandas dessa nova geração que em breve vai ocupar boa parte dos cargos. Nosso foco neste artigo é justamente falar sobre a relação entre o grupo e o mercado e de que maneiras as empresas podem se adaptar.
Conheça a seguir mais sobre as principais características que eles trazem consigo, comportamentos no mercado e de que maneira a sua empresa pode se preparar para recebê-los. Boa leitura!
A geração Z (ou Gen Z, como eles também costumam ser chamados) é aquela que contempla as pessoas nascidas entre 1995 e 2010. Tal grupo tem como principal característica ter sido moldado pela era digital e também por um cenário financeiro de instabilidade.
De acordo com a McKinsey, o grupo é atualmente a segunda geração mais jovem, estando entre os millennials e a geração Alpha. Assim como nas anteriores, os comportamentos da geração Z são moldados pela forma como cresceram.
Os jovens de hoje atingiram a maioridade à sombra do colapso climático, do confinamento pandêmicos e do receio em relação à economia. No entanto, quando se trata da geração Z, o que mais marca o grupo é a tecnologia, eles nasceram quando a internet tomou grande espaço no dia a dia, cresceram com ela fazendo parte da sua vida. Por isso, são chamados nativos digitais.
Indo agora para os números, se formos considerar globalmente, o crescimento da geração Z está acontecendo de maneira rápida. Só para se ter uma ideia, os membros do grupo já representam cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo e até 2025 vão ocupar cerca de 27% dos postos de trabalho.
E é justamente vendo esse último ponto que surge as perguntas: como esses profissionais estão representados no mercado de trabalho? De que maneira as empresas vão lidar com essa mudança geracional? Nos tópicos a seguir, você vai descobrir, mas antes, conheça algumas características da Gen Z.
Além da idade, como identificar se uma pessoa pertence à geração Z? Separamos alguns dos aspectos mais destacados em estudos!
A expressão “nativos digitais” surgiu em 2001, tendo sido criada por Marc Prensky, especialista estadunidense em educação. Prensky usou o termo para às pessoas cujo desenvolvimento biológico e social se deu em contato direto com a tecnologia.
A geração Z é um bom exemplo disso. Eles se desenvolveram na medida que a transformação digital provocou profundas transformações sociais, tendo uma grande facilidade em lidar com as novidades tecnológicas.
O grupo vivenciou e ainda vivencia um momento de profunda digitalização de produtos e processos. Por exemplo, eles têm uma grande facilidade de encontrar as informações de que precisam em meio a uma avalanche de dados e ainda aprender online sem maiores obstáculos.
A geração Z valoriza muito a criatividade e a diversidade de ideias, logo, é comum que esses jovens estejam mais inclinados a buscar carreiras que estejam alinhadas com este valor. Eles priorizam desenvolver o lado criativo e a curiosidade muito mais do que outras gerações. Além disso, são conhecidos por pensarem fora da caixa.
A mentalidade voltada para a experimentação, o pensamento não convencional e a combinação de ideias e perspectivas diversas também se destacam. Não por acaso, o grupo identifica a criatividade como uma habilidade interpessoal fundamental para ter sucesso no trabalho.
Outra característica que se destaca quando falamos da geração Z é o fato dela ser multitarefas. Ou seja, essas pessoas desenvolveram a capacidade de alternar entre diferentes atividades de maneira eficiente. Ser multitarefa permite, por exemplo, realizar várias tarefas ao mesmo tempo, como estudar, ouvir música e responder mensagens, sem perder o foco.
Além do mais, as pessoas que pertencem a essa geração costumam ser mais flexíveis e abertas ao aprendizado, se ajustando às novidades sem maiores dificuldades. Mesmo que isso signifique conciliar várias delas.
O acesso diário a um enorme volume de informações fez da geração Z imediatista e em constante evolução.
O grupo trava uma verdadeira batalha contra o relógio. Isso faz com que eles queiram enxergar os resultados mais rápidos se comparados com as gerações anteriores. Consequentemente, vemos uma geração mais ansiosa, pois ela está focada em agir rapidamente para conseguir o que desejam, temendo que alguém possa ultrapassá-los.
Por exemplo, com as comparações disponíveis a todo o tempo e em todo lugar, atreladas ao excesso de estímulos, informações e telas, a geração Z quer a ascensão de carreira mais rápido e, se não conseguem, vão em busca de outras oportunidades.
Por meio das características apresentadas no último tópico é possível ter uma visão mais clara sobre a geração Z no mercado de trabalho. Nós conversamos sobre o assunto com a nossa coordenadora de gente e gestão, Thaís Dias, que trouxe um panorama sobre essa geração.
Os millennials estão mais próximos da geração Z, por isso, a lacuna entre as duas gerações não é algo tão sentido. Muitos profissionais, que são desse primeiro grupo, passaram pela transição para o digital, apesar de não serem nativos, pegaram essas transformações. Isso marcou a vida profissional desse grupo.
Eles são uma geração marcada pela experiência, mas o que isso quer dizer? Diferente da geração X que queria casa, adquirir bens, ficar muito tempo em uma empresa e construir uma carreira nesse local, os millennials querem trabalho que permitam um nível de flexibilidade, poderem viajar, etc.
A geração Z no mercado de trabalho tem demandado uma série de mudanças por parte das empresas. Uma delas é a conexão com o propósito da organização. Na Meetime, por exemplo, a nossa coordenadora de gente e gestão percebeu a forma como trabalhamos no dia a dia, os valores e a cultura da empresa foram fatores que impactaram profissionais a optarem por seguir a carreira aqui.
Ou seja, a geração Z quer e valoriza a cultura humanizada. Além disso, estão muito adaptadas ao modelo de trabalho remoto, desde o total home office ao híbrido. A flexibilidade é algo importante, eles querem essa autonomia de não ter que pegar trânsito e também têm a perspectiva de crescimento.
É comum que o grupo também questione sobre crescimento e carreira, como isso é trabalhado dentro da empresa e de que maneira os feedbacks são trabalhados.
Leia também: Como atrair e contratar bons SDRs para a sua empresa
O maior desafio no RH é trabalhar na construção de carreira para a geração Z.
A geração Z vai ocupar a maior parte dos postos de trabalho. Na Meetime, o processo tem dois aspectos que facilitam: modelo de trabalho remoto e um alinhamento cultural forte.
Para atrair a geração Z no mercado de trabalho, os empregadores devem estar preparados para adotar uma velocidade de evolução que corresponda ao que tem acontecido no mercado. Esse grupo já é nativo digital e busca dinamicidade no seu dia a dia.
Por causa do ambiente em que esta geração surgiu, outras coisas também são importantes, como equilíbrio entre vida pessoal e profissional, horários flexíveis, vantagens e benefícios. A força de trabalho da geração Z vai aumentar e é necessário já olhar para os aspectos que esses profissionais mais buscam.
Quando mencionamos a geração Z no mercado de trabalho, uma coisa que identificamos é que o grupo não quer seguir a hierarquia tradicional para subir em uma organização. Inclusive, nos últimos meses temos visto diversas pesquisas que mostram que ocupar cargos de liderança já não é algo tão atrativo para esse grupo.
Um estudo da Coderpad mostrou que 36% dos profissionais de tecnologia não almejam chegar à gerência. Isso vem atrelado a uma análise do custo-benefício de assumir a liderança de uma equipe. A percepção é que a maior carga horária e o nível de estresse, além das pressões e cobranças, não compensam os retornos alcançados.
Ou seja, as empresas precisam se adaptar e ter planos de carreira estruturados que atendam essas novas demandas. Ou seja, não estruturados apenas para aqueles que almejam ocupar posições de liderança, mas abrindo espaço para crescimento como especialista.
Uma boa base para isso é o modelo de carreira em Y, que permite ao colaborador crescer na empresa também em papéis técnicos e não apenas de gestão.
De acordo com estudos, cerca de 30% dos profissionais (e 44% entre a geração Z) têm probabilidade de pedir demissão nos próximos seis meses devido à falta de apoio às suas carreiras quando se trata de desenvolver competências e fornecer opções de mobilidade profissional.
Isso mostra que a geração está ansiosa por experiências, crescimento e oportunidades de aprender. Logo, as organizações, que focam em ofertar oportunidades de desenvolvimento profissional, apresentam uma vantagem competitiva importante.
As organizações perdem muito quando não têm programas de incentivo voltados para capacitação ou uma cultura de treinamentos. Os Gen Z buscam locais para trabalhar nos quais eles poderão se desenvolver e praticar as suas habilidades, desejando absorver o máximo de conteúdo que puderem.
Dessa maneira, é importante que as empresas procurem oferecer apoio aos jovens, auxiliando-os no desenvolvimento de suas carreiras. Bolsas de estudos, horários flexíveis para estudantes, fornecimento de treinamentos, cursos internos e até mesmo palestras são alguns dos recursos que podem ser disponibilizados.
Como já destacamos, a geração Z sempre teve a tecnologia ao seu alcance para obter respostas para as dúvidas que eles tenham ou ao conteúdo com o qual desejam interagir. Eles são uma geração acostumada a ver resultados.
No ambiente de trabalho, é comum que esse grupo busque a confirmação de que suas contribuições estão fazendo a diferença. Além disso, o local onde escolhem trabalhar está baseado no alinhamento com os valores pessoais dessas pessoas.
Mas como colocar isso em prática? Apresentar resultados do trabalho para esse profissional, mostrar histórias de pessoas que fazem a diferença. Mas também comunicar o impacto e os resultados das contribuições ajudam a aumentar a moral, envolvimento, produtividade e satisfação desses profissionais.
A flexibilidade no local de trabalho é um dos fatores-chave que explica por que as pessoas optam por permanecer num emprego. Os colaboradores da Geração Z, por exemplo, querem poder trabalhar de diferentes lugares, podendo assim viajar e conciliar a vida profissional e pessoal.
Por isso, as empresas que almejam contratar profissionais dessa faixa etária precisam pensar no modelo de trabalho mais adequado para atrair esse público. A liberdade e autonomia dada aos colaboradores para fazerem seus próprios horários e controlarem suas rotinas de produtivas, se reflete no nível de satisfação e motivação deles e nos resultados da empresa.
Em busca de desenvolvimento rápido e reconhecimento, a geração Z preza por empresas que tenham uma postura de feedbacks constantes. Isso significa que os profissionais dessa geração esperam mais devolutivas de sua liderança, a fim de visualizar o caminho profissional que estão percorrendo.
Os profissionais que estão chegando nas empresas não vão esperar meses e meses para saber se estão desempenhando bem ou não as suas funções. É uma geração que precisa e quer ser desenvolvida, logo, eles valorizam muito os feedbacks, que serão essenciais para aprimorar não só o desempenho, mas também o engajamento desses colaboradores.
O fortalecimento da cultura organizacional vem de um trabalho diário por parte das empresas. Como já falamos, a geração Z valoriza (e muito!) o alinhamento de valores pessoais e profissionais, por isso, elas preferem organizações que tenham uma cultura organizacional forte.
Mas como trabalhar tal aspecto? As respostas são variadas. Por exemplo, se a empresa deseja que os funcionários executem o trabalho de uma determinada maneira, ela vai precisar prover treinamentos adequados. Essa é uma prática que além de alinhar as atividades, motiva os colaboradores, fazendo com que eles se sintam valorizados.
Fazer pesquisas de clima também contribui para que o time de pessoas entenda o ambiente corporativo e como isso afeta os colaboradores.
Outra dica é apostar em um projeto que venha ao encontro das causas nas quais os colaboradores acreditam. Se um colaborador propuser um programa ligado às causas ambientais, por exemplo, e isso tiver ligação com os valores da empresa, transforme a ideia em um projeto institucional e dê a ele a gestão da iniciativa.
A geração Z trouxe mudanças para o mercado de trabalho, assim como as anteriores e as próximas. Logo, a única maneira de preparar a sua empresa para o que virá é acompanhando as mudanças do mercado.
É essa capacidade de adaptação que fará a diferença na organização. Como visto, a geração Z no mercado de trabalho tem características e personalidades que vão beneficiar a sua empresa. Por isso, siga as dicas que trouxemos, não só para atrair esse grupo, mas também mantê-lo.
Falando em retenção de talentos, não deixe de conferir o nosso conteúdo: Turnover em vendas: como reduzir a rotatividade da equipe!
Jornalista e especialista em marketing com mais de 5 anos de experiência em estratégias de conteúdo. Na Meetime atuo como redatora, dentro do Marketing, com foco na atração de leads.
Veja mais assuntos relacionados: